Powered By Blogger

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE



NÃO SE MATE

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê,
pra quê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém, ninguém sabe nem saberá.

Carlos Drummond de Andrade



BOCA

Boca: nunca te beijarei.
Boca de outro que ris de mim,
no milímetro que nos separa,
cabem todos os abismos.

Boca: se meu desejo
é impotente para fechar-te,
bem sabes disto, zombas
de minha raiva inútil.

Boca amarga pois impossível,
doce boca (não provarei),
ris sem beijo para mim,
beijas outro com seriedade.

Carlos Drummond de Andrade



O AMOR ANTIGO


O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade (Amar se aprende amando) 




Inconfesso Desejo (Carlos Drummond de Andrade)

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo




A falta que ama


Entre areia, sol e grama
o que se esquiva se dá,
enquanto a falta que ama
procura alguém que não há.

Está coberto de terra,
forrado de esquecimento.
Onde a vista mais se aferra,
a dália é toda cimento.

A transparência da hora
corrói ângulos obscuros:
cantiga que não implora
nem ri, patinando muros.

Já nem se escuta a poeira
que o gesto espalha no chão.
A vida conta-se inteira,
em letras de conclusão.

Por que é que revoa à toa
o pensamento, na luz?
E por que nunca se escoa
o tempo, chaga sem pus?

O inseto petrificado
na concha ardente do dia
une o tédio do passado
a uma futura energia.

No solo vira semente?
Vai tudo recomeçar?
É falta ou ele que sente
o sonho do verbo amar?

Autor: Carlos Drummond de Andrade









Além da Terra, além do Céu



Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

Autor: Carlos Drummond de Andrade











Amor




Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração para de funcionar
por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da
sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso
entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o
dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos
encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de
ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um
presente divino: o amor.

Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais
que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a
outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las
com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer
momento de sua vida.

Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela
estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos
emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que
está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim,
tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir
morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma
dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou
encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem
atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer
verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as
loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

Autor: Carlos Drummond de Andrade







Aparição amorosa



Doce fantasma, por que me visitas
como em outros tempos nossos corpos se visitavam?
Tua transparência roça-me a pele, convida
a refazermos carícias impraticáveis: ninguém nunca
um beijo recebeu de rosto consumido.

Mas insistes, doçura. Ouço-te a voz,
mesma voz, mesmo timbre,
mesmas leves sílabas,
e aquele mesmo longo arquejo
em que te esvaías de prazer,
e nosso final descanso de camurça.

Então, convicto,
ouço teu nome, única parte de ti que não se dissolve
e continua existindo, puro som.
Aperto... o quê? a massa de ar em que te converteste
e beijo, beijo intensamente o nada.
Amado ser destruído, por que voltas
e és tão real assim tão ilusório?
Já nem distingo mais se és sombra
ou sombra sempre foste, e nossa história
invenção de livro soletrado
sob pestanas sonolentas.
Terei um dia conhecido
teu vero corpo como hoje o sei
de enlaçar o vapor como se enlaça
uma idéia platônica no espaço?

O desejo perdura em ti que já não és,
querida ausente, a perseguir-me, suave?
Nunca pensei que os mortos
o mesmo ardor tivessem de outros dias
e no-lo transmitissem com chupadas
de fogo aceso e gelo matizados.

Tua visita ardente me consola.
Tua visita ardente me desola.
Tua visita, apenas uma esmola.

Autor: Carlos Drummond de Andrade

CAMPO DE FLORES

 
Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus - ou foi talvez o Diabo - deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.
Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.
Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.
Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer um vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.
E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo rriais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.
Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.
Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visáo extasiada.
Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.











 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Meus Poemas...

AMOR DE VERÃO





As folhas se estendem ao chão
Anunciando que o outono chegou
Adeus!Disse ele ,e eu vou
Amargando à saudade dessa paixão.

O inverno não tarda a chegar
Os dia se arrastam
As noites carrascas mim torturam 
Mais à chama desse amor tudo pode suportar.

Borboletas,pássaros e tantas cores
Gritam alegres que è primavera
Uma sò estação falta agora
É o fim deste período de dissabores.

Finalmente chegou o verão,
Época do fim e do começo que se ensolta
E o meu amor de verão volta
Minha querida e errante paixão.

Rozimere Marques

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

José Bezerra Cavalcante


DA OBRA...

 
Fio Incondutor


Paixão não foste;sempre foste amor.
Paixão:só concerteza,não destino.
Eis a solidão de ser intiro,
sendo dois,
Meu amor vive e revive,
alheio á estrutura cronológica.
Não é linear.Éilígico e contraditório.
Invade minha vida de múltiplas direções
e latitudes várias,que se totalizam.
Esfinge singular,
decifra-me  e também devora-me.
Verdade inquestionável,interroga-me
extravasando minhas amplitudes,
sem subtrair-me novos horizontes.
Caminho em que me perco e reencontro,
querendo ter-te, sem saber-te tida,
certamente,talvez,um dia.


Amor Intinerante
"Viajo porque preciso.Volto porque te amo".
Eu fito
o para-choque do caminhão passante
e,amante aflito,
me surpreendo nele,viandante.
A estrada é sinuosa,e as colinas múltiplas.
O verde, rarefeito,
intercalado por vales e tantos picos.
Mas não viajo:fujo.
E, quando volto,abro-te o coração
flamante tanto quanto o instante
em que contigo sou una fusão
e não mais recorrente intermitência.
Um fundo abraço e beijo terminante,
fechando um ciclo dessa inconcludência. 


Olho Mágico 
 
É, parece seres tu,
espelhada em bruma,névoa sútil.
Sorris difusa,
em ângulos vários, irreais.
Ás vezes, sais de foco;
ás vezes,és imagem á toa.
Em minhas vigílias,
vagueias,silhueta errante.
Em sonho,és outrora,intacta.
Mas persistes,
minha sempre fantasia.





síndrome
 
De ti,
me sobra a falta;
de tua alheia pátria,
a beira alta
de um rio que não passa,
mas fundo me tranpassa.

É a tua margem
que me cerca ainda.
É a tua imagem
que no vazio vinga.












sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PINTURA

PINTURA

Desenhei teu rosto na areia fina
Numa praia deserta...
Perdi horas e horas
Tentando fazer com que a figura
Interpretasse sua beleza,
Que cada traço, cada esboço
Lembrasse você
Mas, por mais que desejasse,
Não conseguia colocar ali
Tudo que desejava...
Queria que os traços do desenho 
Mostrassem o amor e a serenidade
Que carregas em teu peito...
Nos teus olhos, queria o brilho do carinho
que sentes por mim...
No cabelo, a carência de um dengo!
Em cada curva, queria ver
um sentimento que é só seu...
Mas quem dera fosse eu um artista
Para representar você numa obra!
Precisaria ter o dons dos grandes mestres
Mas, ai de mim!
Por mais que tentasse, jamais conseguiria!
Então, deixei o tempo passar,
Fiquei ali sonhando acordado com você
Até que uma onda veio e levou todo o trabalho,
Todo meu carinho por você...
Mas não importa
Tenho você sempre comigo no meu coração
Um lugar onde nada,
nem as ondas do mar alcançam
para roubar você de mim...

Eduardo Baqueiro

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Poemas7



 
Amor por computador
 
 
Desconhecidos, eram duas almas
que agiam e pensavam iguais.
Destemidos, não havia como impedir o
encontro entre esses tais.
Imaginativos, podiam ser os dois que viviam
em lugares distantes.
Impulsivos, são para sempre um do outro
como eternos amantes.

A história deles ainda será
contada um belo dia,
De como havia sido encontrada
a grande alegria,
Através de uma tela de computador, acredite,
Aprenderam sobre como é o amor, não evite.

Todo o suspense em virtude de nossos atos.
Quando se encontrará,
A verdade que surgirá.
Tomo a primeira atitude os primeiros passos.
Onde vamos nos encontrar,
O destino não pode tardar.

Alguém está andando?
Nosso tempo está passando.
O que estou falando?
Nosso tempo está passando.
Algo esta faltando?

Nosso tempo está passando.
Tempo de amar,
Tempo de querer,
Tempo de alegrar,
Tempo de te ver.

Desconhecidos, não mais serão,
tudo será lindo,
Amados, em todo o nosso bem,
a vida será linda.
Depois desse amor por computador
Nada mais será real e sim especial.
Autor desconhecido
Penso em ti
 
 

Penso em ti no jardim florido,
No pequeno ser colorido
Que voa de flor em flor;
No sorriso das pessoas bonitas,
Nas canções que ecoam eruditas,
Nos versos falando de amor.

Penso em ti no entardecer sombrio,
No vento que causa arrepio,
Na angústia e no abandono;
Na madrugada insípida, tediosa,
Na cama insensível e desditosa,
Na noite fria sem sono.
Penso em ti no passeio matinal,
Na moça que passa escultural
Aguçando o meu prazer;
No happy hour com os amigos,
Na indiferença dos inimigos,
Na esperança de viver.

TONS





Poema

Os Tons Do Amor 

O reino do amor é grande e sedutor...
Tão grande que encheu todo meu sonho.

O reino do amor da açucena tem a cor,
é buquê colorido que encanta olhos tristonhos...


O Rei expande nele sua luz divina
e tece em seus teares toda a beleza,
um céu anil, uma lua prateada que tudo acetina,
um lago de paz que suaviza qualquer tristeza.


A mãe, a rainha, que no ventre agasalha o filho
e o protege com amor incondicional e eterno,
vela-o em seu berço, enfrenta empecilhos,
dedica-lhe seus sentimentos mais puros e ternos.


No reino do amor a fraternidade é imensa...
Tão grande que em canção a alegria se difunde intensa
na paz transcendental da tarde silenciosa
que desperta em seus súditos uma visão sempre radiosa.


No reino do amor não tem discórdias, nem contendas...
Casais andam de mãos dadas em cumplicidade,
romances envolvidos em perfumes e rendas
ciúme e egoísmo incinerados em outra cidade...


Nele o amor é como um prisma de cristal,
recebe um facho de luz monocromática,
irradia o amor tecido de forma artesanal
sob infinitos tons, muda no livro da vida, a temática.


No reino do amor o essencial é visível aos olhos!

POEMAS6


Poema Falta Você




 


Minha vida anda incompleta
Sem você nada se manifesta
Minha paisagem é você
Em quem eu pude crer
Falta você na minha vida
O meu amor, minha querida
Quem me dá alegria e me conforta
Mais te quero é o que importa
Sem você estou cada vez mais aflito
Como alguém solto labirinto
Cheio de dúvida e incerteza
Amargura e tristeza.
Sempre quis te impressionar
E com todas as forças te ajudar
Mais quando não dá certo
Vou me consolar
Sem você na minha vida
Que formam uma grande ferida
Mais quando te conheci a ferida sarou
Mais ainda falta você
Meu amor.
Eu te quero
Quando vou te ter
Você é meu ego meu saber
Falta você perto de mim
Sem você não vou resistir
Mais vou ver se vou segurar
Porque sem você não vai dar.

Poema O Enterrado Vivo




 


É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,

é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.




Carlos Drummond de Andrade



Poema Quem Sou Eu?




 

Eu sou a Paixão Sou o ódio
Sou a loucura e a Sensatez
O mocinho e o Bandido
Sou tudo o que você quer E ainda não sonhou
Não posso te levar ao céu
Mais quero te mostrar o caminho
Eu sou diferente Sou Único.
Assim como você Eu tenho
Sonhos, Medo, Paixões e Desilusões
Mas continuo lutando.
Os meus sonhos o vento não pode levar
A esperança encontrei no teu olhar.

Eu só quero é ser Feliz.




Tiago Batista







Mírian Warttusch




Seja Amor, Seja Amizade



Seja amor, seja amizade,
Seja o que for, pode crer,
Me trará sempre ligado
Bem juntinho de você.

Se for amor, é
de irmão,
Amizade também é.
Ser amigos para sempre
Quem neste mundo não quer?

Olho dentro dos teus olhos
Sem medo de lhe dizer:
Eu nunca, na minha vida,
Irei jamais lhe esquecer.

Se você me esquecer,
Saiba que perde um amigo,
O melhor de todos, veja,
E também o mais antigo.

Quando formos bem velhinhos,
Mesmo que tremam as mãos,
Nosso amor não estremece,
Nem fraqueja o coração.

Antes de ficarmos velhos,
Encosta aqui, meu irmão,
Pra tirarmos uma foto
E guardar de recordação…

Clik…….


*** MÍRIAN WARTTUSCH *** 

Cazuza



CAZUZA






Exagerado
 
Amor da minha vida
Daqui até a eternidade
Nossos destinos foram traçados
Na maternidade
Paixão cruel desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar
E por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
E por você eu largo tudo
Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Jogado aos teus pés
Com mil rosas roubadas
Exagerado
Eu adoro um amor inventado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado




Todo o amor que houver nessa vida

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcance em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão, e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

O nosso amor a gente inventa

teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu
O nosso amor a gente inventa, inventa
O nosso amor a gente inventa, inventa
Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa
Mas ficou tudo fora do lugar
Café sem açúcar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu

Amor, amor
Madrugada
Azul, sem luz
Dias de brinquedo
Linda assim me veio
E eu me entreguei
Inocentemente
Como um selvagem
Como o brilho esperto
Dos olhos de um cão Amor, amor
Diz que pode, depois morde
Pelas costas sem querer
Amor, amor
Assim como um leão caçando o medo
Meu caminho nesse mundo, eu sei
Vai ter um brilho incerto e louco
Dos que nunca perdem pouco
Nunca levam pouco
Mas se um dia eu me der bem
Vai ser sem jogo
Amor, amor
Fiel me trai, me azeda
Me adoça e me faz viver.Amor, amor
Eu quero só paixão
Fogo e segredo.
CAZUZA

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

POEMAS4

Limites do amor



 
Condenado estou a te amar
nos meus limites
até que exausta e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeça de mim, sofrida,
na direção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.
O amor não se mede
pela liberdade de se expor nas praças
e bares, em empecilho.
É claro que isto é bom e, às vezes,
sublime.
Mas se ama também de outra forma, incerta,
e este o mistério:- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.

 Affonso Romano de Sant'AnnA


O Amor


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa