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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Poemas4

Amor Distante


 

 

Ah! Como eu quero viver o amor que um dia experimentei...
É um amor distante, mas muito presente;
É um amor lindo, muito lindo, mas eu ainda não o vi de perto;
É um amor forte, mas que nos torna sensíveis, simples e inocentes como crianças;
É um amor grande, mas que nos torna pequenos e desprovidos de desejos de grandeza;
É um amor de primavera, mas que está presente em todas as estações do ano;
É um amor atrevido, mas que sabe respeitar o coração amado;
É um amor que chora com a distância e uma possível separação, mesmo quando os corpos nunca estiveram juntos;
É um amor que traz paz em meio a tanta dor causada pela distância;
É um amor que encurta a distância e une dois corações em um só coração;
É um amor que dá esperança de encontro inesquecível;
É um amor que dá a certeza de nos pertencermos, mesmo quando as impossibilidades são reais;
É um amor que vivifica;
É assim! Isto é o nosso amor.

Autor: Desconhecido

 

 

 

Arte de amar

 

 

 


Se queres sentir a felicidade de amar,
Esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Autor: Manuel Bandeira

 

 

A Rosa

 

 

 

A vista incerta,
Os ombros langues,
Pierrot aperta
As mãos exagues
De encontro ao peito.

Alguma cousa

O punge ali
Que ele não ousa
Lançar de si,
O pobre doido!

Uma sombria

Rosa escarlata
Em agonia
Faz que lhe bata
O coração...

Sangrenta rosa

Que evoca a louca,
A voluptosa
Volúvel boca
De sua amada...

Ah, com que mágoa,

Com que desgosto
Dois fios de água
Lavam-lhe o rosto
De faces lí­vidas!

Da veste branca

A larga túnica
Por fim arranca
A rosa púnica
Em um soluço.

E parecia,

Jogando ao chão
A flor sombria,
Que o coração
Ele arrancara!...

Autor: Manuel Bandeira

 

 

 

Perfumes e Amor

 

 

 

A flor mimosa que abrilhanta o prado
Ao sol nascente vai pedir fulgor;
E o sol, abrindo da açucena as folhas,
Dá-lhe perfumes - e não nega amor.

Eu que não tenho, como o sol, seus raios,

Embora sinta nesta fronte ardor,
Sempre quisera ao encetar teu álbum
Dar-lhe perfumes - desejar-lhe amor.

Meu Deus! nas folhas deste livro puro

Não manche o pranto da inocência o alvor,
Mas cada canto que cair dos lábios
Traga perfumes - e murmure amor.

Aqui se junte, qual num ramo santo,

Do nardo o aroma e da camélia a cor,
E possa a virgem, percorrendo as folhas,
Sorver perfumes - respirar amor.

Encontre a bela, caprichosa sempre,

Nos ternos hinos d'infantil frescor
Entrelaçados na grinalda amiga
Doces perfumes - e celeste amor.

Talvez que diga, recordando tarde

O doce anelo do feliz cantor:
- "Meu Deus! nas folhas do meu livro d'alma
Sobram perfumes - e não falta amor!"

Autor: Casimiro de Abreu

 

 

 

 

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